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VÍDEO. "Bilionários franceses pagam pouco ou nenhum imposto de renda", demonstra o economista Gabriel Zucman, convidado do programa "20h" da France 2.

VÍDEO. "Bilionários franceses pagam pouco ou nenhum imposto de renda", demonstra o economista Gabriel Zucman, convidado do programa "20h" da France 2.

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Tempo de leitura: 3 min - vídeo: 6 min

Convidado do noticiário das "20h" de terça-feira, 10 de setembro, Gabriel Zucman, economista e diretor do Observatório Europeu de Impostos, discute a tributação dos ultrarricos e os desafios da justiça fiscal na França. Ele aproveita a oportunidade para explicar como funciona o imposto Zucman, responder às críticas sobre seus potenciais retornos e comentar sobre os riscos do exílio fiscal para os ricos.

Este texto é um trecho da transcrição da entrevista acima. Clique no vídeo para assisti-lo na íntegra.

Léa Salamé: Neste dia de mobilização social, que acompanhamos e cobrimos o dia todo, você realmente acha que fazer os mais ricos contribuírem mais será suficiente para estabelecer a paz social? É tão simples assim?

Gabriel Zucman: De qualquer forma, é parte da solução. Tributar grandes fortunas é tanto um instrumento de estabilidade orçamentária quanto uma ferramenta de justiça.

Léa Salamé: Sua proposta parte de uma observação: você acredita que a França é um paraíso para bilionários. Como você demonstra isso?

Gabriel Zucman: Os bilionários franceses pagam pouco ou nenhum imposto de renda. Essa é a observação inicial. Como isso é possível? Graças a uma técnica pouco conhecida: o uso de holdings que funcionam como escudo fiscal. Para ser claro: a maioria dos franceses paga impostos sobre seus salários ou aposentadorias. Os bilionários, por outro lado, recebem principalmente dividendos, que passam por holdings e, portanto, escapam da tributação.

Léa Salamé: Então você propõe tributar os ultrarricos. Trata-se do famoso "imposto Zucman", aprovado pela Assembleia Nacional, mas rejeitado pelo Senado. A direita se recusa a ouvir falar nisso. Trata-se de um imposto de 2% ao ano sobre todos os ativos acima de € 100 milhões, o que afetaria cerca de 1.800 famílias. Você estima que isso poderia gerar até € 20 bilhões para o Estado. Esse valor é contestado: alguns economistas afirmam que, no máximo, geraria € 5 bilhões. Qual é a sua resposta?

Gabriel Zucman: Há quase 18 anos, venho estudando os ricos e suas técnicas de sonegação fiscal. O sistema que proponho baseia-se nesse trabalho e visa justamente limitar essa sonegação. Por que isso poderia gerar tanto dinheiro? A situação é simples: em 1996, as 500 maiores fortunas francesas representavam 6% do PIB; hoje, representam 42%. Em 2010, essas 500 fortunas possuíam € 200 bilhões; hoje, são € 1,2 trilhão. Se tributarmos esses ativos e, ao mesmo tempo, evitarmos a sonegação, a arrecadação tributária poderá chegar a € 20 bilhões.

Léa Salamé: Alguns argumentam que isso poderia levar à saída dos mais ricos, ou mesmo à realocação de empresas e à perda de empregos. Milão agora é apresentada como o novo El Dorado das fortunas francesas.

Gabriel Zucman: Este é o argumento clássico a favor do exílio fiscal. Estudos científicos mostram que seu impacto é limitado. Além disso, é possível estabelecer um "escudo antiexílio": os contribuintes afetados pelo imposto mínimo — lembre-se de que 1.800 pessoas com mais de € 100 milhões — continuariam a pagar esse imposto por vários anos, mesmo que se mudassem para o exterior. Os Estados Unidos já aplicam esse princípio e, às vezes, vão ainda mais longe, mantendo a tributação vitalícia.

Este texto é um trecho da transcrição da entrevista acima. Clique no vídeo para assisti-lo na íntegra.

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